sexta-feira, 17 de julho de 2009

Relatório Oficina 8 - TP 4 Undidades 15 e 16



No dia 01/07, nos reunimos para mais uma oficina do Gestar II. Iniciei o trabalho com o vídeo "O que é letramento?", pois este foi o tema da última oficina ,e continuará a ser trabalhado em toda e qualquer atividade em sala, em todas as disciplinas, o que nos leva a perceber que a leitura deve proporcionar mais que aprendizagem, mas também prazer, lazer e que esta pode nos levar a muitos outros lugares, nos fazendo usá-la como um meio de descobrir a nós mesmos e o mundo que nos rodeia.


Logo após, lemos este texto de Rubem Alves, o qual vem de encontro a tudo que foi e será estudado hoje:


EDUCAÇÃO


" O que é mais importante, saber as respostas ou saber fazer as perguntas?


A arte de pensar é a arte de fazer perguntas inteligentes. As perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde queremos ir beber.


A maneira mais fácil de abortar o pensamento é realizando o desejo.


Esse é o pecado de muitos pais e professores que ensinam as respostas antes que tivessem havido as perguntas.


Quem se sente fascinado pelo mar acaba por descobrir as maneiras de construir barcos e navegar. Se o mar não me fascina, se ele me dá medo, por que razão haveria de querer aprender a arte de construir barcos e navegar? É o fascínio que acorda a inteligência. O conhecimento surge sempre no desafio do desconhecido. Essa frase deveria estar escrita em algum livro de psicologia da aprendizagem. Pena que eles digam muito sobre a ciência de construir navios e nada sobre o fascínio de navegar...


Possuído pelo sonho, o corpo se põe a trabalhar. Primeiro a devoção e, depois, ... a devoção - quem tem o amor numa ilha distante ama também os perigos de navegar.


Em nossas escolas é isso que se ensina: a precisa ciência da navegação, sem que os estudantes sejam levados a sonhar com as estrelas. A nau navega veloz e sem rumo.


Para isto existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar pela terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem andar sobre o mar desconhecido"


A partir deste texto, foram tecidos diversos, bons e valiosos comentários sobre texto e autor. É notável nossa admiração pelo trabalho de Rubem Alves, que além de ótimas reflexões, nos proporciona tanto prazer e gosto pela leitura.


Passamos ao estudo dos tipos de leitura. Comentamos e refletimos sobre a leitura objetiva e chegamos à conclusão que este é o tipo mais corriqueiro, pois é a maneira mais rápida de ler um texto, pois este é explícito, demonstrando o que está "dito" no texto.


Na leitura inferencial, em que o leitor é levado à detectar as inferências, o que está implícito no texto e expor sua visão de mundo através deste; se torna mais complexa, pois o leitor deve entender o que realmente o que o texto quer nos revelar.


Porém, será na leitura avaliativa que o leitor manifestará seu entendimento e sua postura crítica sobre determinado texto; será através deste tipo de leitura que o leitor será capaz de ir além do que está escrito,conseguindo decifrá-lo e ir além da imagem que esta tenta lhe passar.


Após diversas discussões, fizemos um trabalho com os três tipos de leitura, através de imagens.


Lemos o texto "Admirável mundo louco", de Ruth Rocha e os professores cursistas acabaram escolhendo este texto e seu Avançand0 na Prática, para trabalhar com 7ª e 8ª séries; isso por que o texto leva o leitor a ter outra visão, outra ótica do lugar e da maneira em que vivemos.


Os professores cursistas afirmaram estar gostando da proposta do Gestar, porém relatam que as dificuldades em concretizá-las por várias razões: o fator tempo é uma delas, as atividades e projetos já previstos em calendário por suas escolas e a diferença entre os livros didáticos e a Prova Brasil(entre a teoria e a prática) são alguns fatores desestimulantes; porém é notável o empenho que seus alunos estão tendo em desenvolver as atividades propostas por nosso curso; os quais têm prazer e interesse em desenvolvê-las; o que está trazendo socialização entre professor/aluno; teoria/prática pedagógica.


Relatam também que a maioria dos seus alunos gostariam de que seus trabalhos fossem para os portifólios. Mas o que me deixou mais animada, certamente, foi a proposta dos cursistas de que no ano que vem, quando o curso terminar, nós, da área de Língua Portuguesa, nos encontremos quinzenal ou mensalmente para continuarmos a troca de experiências, o planejamento de atividades e avaliação destas. Nesse momento, percebi que o Programa Gestar II alcançou seu maior objetivo: conquistar, seduzir profissionais da área da educação e fazê-los voltar a vê-la como nossa maior meta; e que nós, professores, não somos capazes de mudar o mundo, mas, através de muitas mãos, a educação é.




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